Grupo BEpI
Epigenética Biopsicossocial e sua Herança
Epigenética Biopsicossocial e sua Herança
Pesquisas realizadas pelo grupo de pesquisa do Dr. Michael Kobor, da Universidade de Columbia no Canada, mostrou que afeto e gestos reconfortantes são capazes de modificar regiões do DNA por meio de mecanismos epigenéticos, incluindo áreas relacionadas ao sistema imunológico e ao metabolismo. Esse fenômeno é chamado de incorporação biológica do ambiente, pois é a forma pela qual as influências ambientais determinam mudanças biológicas em nossos genes. A interação cuidadores(as)-bebês também é observada sob a perspectiva da psicanálise, que traz seu olhar sobre a subjetivação e a simbolização nos primeiros anos do desenvolvimento humano.
Estudos já mostraram que estresse, por exemplo, causa mudanças epigenéticas nos espermatozoide e que essas mudanças são transferidas para o embrião no momento da fertilização. As questões relacionadas ao que chamamos de saúde mental levam a alterações fisiológicas importantes, como alterações da resposta inflamatória e aumento de radicais livres. Assim, a grande questão que se impõe é como o orgânico e o mental conversam (e eles precisam conversar!) para produzir os sintomas tanto psíquicos quanto fisiológicos. Este tema é objeto do projeto de extensão OrganicaMente.
O Grupo de Pesquisa e Extensão BEpI vem estudando a relação entre ambiente, autismos e herança por meio da combinação de estudos que avaliam possíveis mudanças epigenéticas em pessoas autistas e nos espermatozoides de seus pais e se essas mudanças refletem influências ambientais. A epigenética é a forma pela qual o organismo incorpora algumas influências ambientais, inclusive aquelas relacionadas às interações humanas e às questões psíquicas. Nossas pesquisas buscam entender se essas influências afetam os espermatozoides, podendo, portanto, serem transferidas aos descendentes. Esse estudo se desenvolve em conjunto com as famílias e também inclui pesquisadores(as) e estudantes autistas, atuando na perspectiva do que se refere atualmente como Pesquisa Inclusiva (Inclusive Research).